terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Sua Moral Depende do Idioma

Falar outros idiomas tornaria você mais frio a ponto de mudar seu ponto de vista? A revista Superinteressante publicou  um resumo do resultado da pesquisa chamada Your morals depend on language (Sua moral depende do idioma). Acreditem, parece que tomar decisões em outro idioma pode interferir na sua resposta. Apenas com estes parágrafos divulgados pela revista é difícil tirar alguma conclusão, porém começar para refletir sobre o assunto. 


Você desviaria um trem, fazendo-o atropelar um homem, se isso fosse salvar a vida de várias outras pessoas? Durante uma experiência* feita pela Universidade de Chicago, dois em cada dez entrevistados responderam "sim" para esse dilema moral. Em seguida, os psicólogos reuniram um segundo grupo e refizeram a pergunta. Só que, desta vez, utilizando um idioma que não era o nativo dos voluntários. Houve testes em inglês, espanhol, francês e hebraico. Resultado: a quantidade de pessoas que aceitaria matar o homem subiu 65%.

"Quando usam uma língua estrangeira, as pessoas tendem a pensar de modo mais frio", explica a psicóloga Sayuri Hayakawa, líder do estudo. Segundo ela, isso pode resultar em decisões menos emocionais e mais racionais - como, no exemplo proposto pelo teste, sacrificar uma vida para salvar várias outras. Os pesquisadores não sabem ao certo por que essa mudança acontece. Uma possível explicação é que, quando pensamos e falamos na nossa própria língua, o cérebro age de forma intuitiva, porque já está familiarizado com aquilo (você é capaz de falar sem pensar).

Já quando temos de nos expressar em outro idioma, é diferente. O cérebro é forçado a trabalhar mais, porque tem de raciocinar sobre as palavras que irá usar e como irá arranjá-las para construir frases. De acordo com o estudo, esse esforço intelectual atrapalha a chamada "ressonância emocional", ou seja, a capacidade de se identificar com as emoções dos outros, o que resultaria em escolhas mais frias. Em outro idioma, todos nós ficamos mais propensos a matar o homem.

*Fontes: 1 Your morals depend on language, Sayuri Hayakawa e outros, Universidade de Chicago

http://super.abril.com.br/cotidiano/falar-outra-lingua-deixa-voce-frio-822411.shtml?utm_source=redesabril_jovem&utm_medium=facebook&utm_campaign=redesabril_super 

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Visite a Pedra da Roseta sem sair de casa


A pedra sendo cuidadosamente limpa por um funcionário do Museu Britânico.
Por muitos séculos ninguém sabia exatamente o que significavam aqueles conjuntos de símbolos egípcios conhecidos como hieroglifos. A escrita egípcia antiga, encontrada nos grandes templos, nos tesouros retirados das tumbas e nos poucos papiros que sobreviveram à ação do tempo desde a Antiguidade aumentavam a aura de mistério em torno desta grandiosa cultura africana.
Mas em 1799, em uma expedição militar do (ainda) general Napoleão Bonaparte, o achado do pedaço de uma estela na cidade de Roseta, no delta do Nilo, ajudou o linguista francês Jean-François Champollion a decifrar os misteriosos hieroglifos, e a partir daí os arqueólogos e historiadores conseguiram, enfim, conhecer a História do Egito Antigo, uma das mais fascinantes de todos os tempos.

Traduzindo o Egito Antigo: como Champollion decifrou o “enigma”?

A Pedra de Roseta é uma estela, um bloco de granito negro, conhecido como “granodiorito”, contendo o mesmo texto em três idiomas diferentes: em forma hieroglífica do egípcio antigo na parte superior, o trecho do meio está em demótico, e na parte inferior está escrito em grego antigo.
E o texto nada mais é do que um decreto de 196 a.C., promulgado na cidade de Mênfis, em nome do faraó Ptolomeu V, elaborado por sacerdotes egípcios declarando o faraó como um ótimo governante, seguidor dos deuses e, logo após, algumas ordens sobre como a mensagem deveria ser compartilhada entre os súditos.
Algo bem “básico” e comum naquela época.
Demótico egípcio, parte do texto presente na estela: não sou especialista em línguas, mas não tem uma semelhança "visual" com o idioma árabe?
Demótico egípcio, parte do texto presente na estela: não sou especialista em línguas, mas não tem uma semelhança “visual” com o idioma árabe?
É fato que mais cedo ou mais tarde a pedra cairia nas mãos de um linguista excepcional e ele faria o trabalho de tradução. Mas Champollion era, sem sombra de dúvidas, a pessoa certa para o trabalho certo, pois ele também era professor de História.
O tradutor, Champollion.
O tradutor, Champollion.
A Pedra de Roseta virou o “trabalho” de Champollion entre 1822 e 1824, período em que ele foi responsável pela tradução dos textos, expandindo o trabalho de outro historiador, o inglês Thomas Young.
A História normalmente coloca Champollion como o único tradutor da pedra, mas o fato é que o trabalho de Young ajudou bastante o francês.
Mas a grande “sacada” para decifrar a pedra foi a percepção de que ali estava anotado o mesmo texto, bastando comparar os três decretos, realizar as associações – no caso dos hieroglifos – e transcrever o decreto.
Daí em diante, esta simples tradução de um simples decreto ajudou a descortinar 3 mil anos de História egípcia, que antes era construída pelos arqueólogos e historiadores na base do “achismo”, pois ninguém entendia o real significado dos hieróglifos grafados nas paredes dos grandiosos templos.
Por exemplo: a partir da observação, dava para deduzir que os antigos egípcios davam muito valor aos mortos. Após a tradução da estela e do consequente estudo dos hieróglifos, os historiadores puderam decifrar que na verdade os egípcios acreditavam e valorizavam a vida após a morte, por isso os diversos tesouros e objetos do dia-a-dia encontrados juntos às múmias. Como outro exemplo, o famoso Livro dos Mortos só foi traduzido graças à descoberta de Champollion.
Não é exagero dizer que Champollion – e todos que trabalharam em algum momento na tradução da pedra – “descobriram” o Egito Antigo.
A pedra sendo cuidadosamente limpa por um funcionário do Museu Britânico.
A pedra sendo cuidadosamente limpa por um funcionário do Museu Britânico.
Na época da descoberta, os franceses ficaram 2 anos em posse da estela, mas como eles estavam em guerra com os ingleses, após perderem a posse do Egito em 1801, a pedra trocou de mãos e foi levada para o Museu Britânico, onde está até hoje e é um dos objetos mais visitados daquele museu.
Neste link você pode fazer uma visita “virtual” à pedra e conferir como ela até hoje mantém detalhes impressionantes na escrita, principalmente os hieróglifos.

quarta-feira, 30 de julho de 2014

Seja um Colaborador do Google Tradutor e Faça Parte da Translate Community


Você é usuário do Google Translate, o tradutor do Google? A empresa está tentando melhorar sua ferramenta de tradução de textos com a ajuda dos usuários, e acaba de lançar uma comunidade para este fim.

A Translate Community é uma iniciativa que pretende elevar a qualidade da tradução para os 80 idiomas que o Google Translate suporta. Tudo para tornar as traduções menos mecânicas e mais fluidas, além, claro, de fazer com que o sistema suporte novos idiomas no futuro.
Google Translate
Ao entrar na Translate Community, você se depara com uma janela inicial que pretende melhorar as traduções e combinações de frases e palavras. Você pode classificar as traduções e compará-las para ver os resultados. É necessário que você saiba dois idiomas fluentemente antes de começar a ajudar. A maioria das traduções utiliza o inglês como uma das opções.

Como funciona

Primeiramente, você deverá selecionar os idiomas que domina (em nossos testes, escolhemos inglês, português e espanhol). Todos os idiomas suportados pelo Google são apresentados em uma janela. Depois de selecionados, o próprio sistema irá sugerir algumas frases para que você possa traduzir da maneira mais simples e direta possível.
Google Translate

Assim, de acordo com o que você for traduzindo (ou pulando, caso não tenha certeza da tradução correta), você vai submetendo suas traduções ao Google e auxiliando a melhorar o sistema do Google Translate gradativamente.

A ferramenta já está disponível para qualquer pessoa que deseje contribuir. Para acessá-la, clique http://translate.google.com.br/community 

fonte:Canaltech
Matéria completa: http://canaltech.com.br/noticia/google/Seja-um-colaborador-do-Google-Tradutor-e-faca-parte-da-Translate-Community/#ixzz38yYE69Bw 

quarta-feira, 16 de julho de 2014

A Arte de Escrever Bem

Sabe quando o seu pai te dá um conselho mas que entra num ouvido e sai pelo outro? Pois bem, este post pode ser um destes conselhos que tem cara de ser “mais um” na sua vida, ou pode ser aquele dado por um amigão do peito que pode mudar a sua vida. Depende como você encara. Bom nada mais justo que dar umas dicas para todos sobre como escrever melhor.

Nunca foi fácil escrever, acho que nunca será. Meu professor de Literatura fala: - Machado de Assis não nasceu sabendo escrever. Aliás, ele demorou mais de 20 para escrever  bem. Ai chega um piá, que nem saiu das fraldas diz: - olha ai professor meu conto, escrevo muito bem né? (hum...)


Você verá logo abaixo, no resumo do artigo A Arte de Escrever, que o cérebro também precisa se exercitar para transformar simples palavras em arte. Escrever chega ser mais um exercício de transpiração do que inspiração. Desejo a você toda disposição e coragem para  exercitar a escrita a qual muitas vezes pode ser comparada à duras batalhas. (Isso mesmo, muitas vezes você sentirá que é guerra!).

TENHA UM PLANO
Para começar o trabalho é preciso os dados, os objetivos e os planos sem perder o foco o leitor. A frase inicial precisa ser atraente; o escritor sugere que o conteúdo da introdução seja  o mais mais importante e siga o texto dando ao leitor um desfecho atraente no final.


O MENOR É O MELHOR

         Frases curtas contribuem para a clareza do texto bem como dividir frases longas e dois períodos diferentes. Pode-se isolar a frase com ponto e quando possível, retirar os gerúndios desnecessários. Persiga frases enxutas. 

SEJA POSITIVO
Outra dica é evitar frases negativas, ou seja  substituir “ele não acredita” por  “ele duvida”.           

VOZ ATIVA, CERTO?
A melhor opção é utilizar a voz ativa e ao pensar quais palavras ou adjetivos usar, prefira aquelas que transmitem mais vigor ao texto.

ADJETIVO, SÓ SE MELHORAR O SUBSTATIVO
O adjetivo deve ser capaz de especificar melhor o substantivo, torná-lo mais específico. Se usá-lo, substitua locução adjetiva por adjetivo; exemplo: pessoa sem educação, por pessoa mal-educada.

ESQUEÇA AS PLAVRAS-ÔNIBUS
Há verbos chamados de “genéricos” que podem ser substituídos, no texto é chamado de palavras-ônibus, ou seja, verbos que não são precisos “fazer, por, dizer, ter e ver. Também temos o caso do verbo acontecer (Acontece no Maracanã a final da Copa). Segundo o autor, a melhor forma de utilizar este verbo quando precisamos explicar algo que sucede de repente, “Hoje pela manhã, aconteceu uma acidente na rodovia”.


SAIA DO ABSTRATO E VÁ PARA O CONCRETO
Entre palavras concretas e abstratas prefira as concretas. Entretanto, se precisar utilizar números, que são abstratos, tente fazer comparações; por exemplo “um prêmio de 42 milhões é equivalente a 176.923 salários mínimos de R$260”. Os pronomes na maioria das vezes podem se evitados na frase para ter mais clareza.

ECONOMIZE
Muito importante é ser conciso, evitar palavras a mais. Dispense colocar o substantivo dia, mês antes dos números. Troque oração adjetiva por nome. “Pessoa que se alimenta de frutas e verduras” é uma pessoa vegetariana. Corte que é, que foi, que era…as vezes o texto fica cheio de “queismos”. Se puder reduza as orações; “agora que expliquei o título, passo a escrever o livro” por “ explicado o título, passo a escrever o livro”.

DIGA TUDO EM UMA PALAVRA
Seguindo o sentido de reduzir  evite também as frases adjetivas como “trabalho de natureza temporária”  por “trabalho temporário” Além disso, substitua locução verbal + substantivo pelo verbo; “fazer uma viagem” por, simplemente “viajar”.

HARMONIZE
A harmonia é essencial para o texto. Para isso, o curto vem na frente. A saber, “O Congresso Nacional votará na próxima semana em regime de urgência urgentíssima o projeto” para “O Congresso Nacional votará na próxima semana em regime de urgência urgentíssima”. É uma questão de ordem. 

PARE
Cuidado com as rimas, cacofonias e com as repetições sofisticadas. Entretanto não transforme em preocupação obsessiva o receio de repetir palavras. Se usou as palavras hospital e estabelicimento no texto, use um deles novamente se precisar, mas nunca nosocômio.

A ORDEM ALTERA OS FATORES
Busque a Clareza. Não só se entenda bem, mas de forma que tenha uma única interpretação.  “Haverá um seminários sobre Aids na Câmara dos Deputados” tem outro sentido do que “Haverá, na Câmara dos Deputados, um seminário sobre Aids”.

Nas declarações curtas a identificação do autor deve ser feita no começo ou no fim da fala.  Pode ser: “toda questão tem dois lados”, disse Pitágoras; ou Pitágoras escreveu: “toda questão tem dois lados”.

CUIDADO, VERBOS DECLARATIVOS!
Preste atenção no verbo declarativo ele pode mudar o sentido da citação. Opção (1)Não mandei dinheiro para a Suiça, disse Maluf; (2) Não mandei dinheiro para a Suiça, insistiu Maluf. (3)Não mandei dinheiro para a Suiça, mentiu Maluf. Cuidado!






Fonte:
SQUARISI, Dad & SALVADOR, Arlete. "O Texto Jornalístico. A Arte de Escrever Bem: um guia para jornalistas e profissionais do texto. 5.ed. São Paulo:  Contexto, 2008, págs. 21-52.

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Quando a Tradução Sai Errado

Traduções podem ser difícil de controlar. Nesta vida de tradutora, o trabalho de amadores vira comédia, claro, tem gente que não perdoa e coloca na internet. Aqui estão alguns erros de tradução mais famosos de galês, mandarim e outras línguas para o inglês que fazem sucesso.  

As vezes, o sentido original se perde no caminho ou certas palavras não podem ser substituídas; ou como estes exemplos hilários, desaparece completamente.

Veja nossa coleção das traduções mais engraçadas do mundo:

11. Proíbido Idiotas

Vamos refletir, isto na verdade faz sentido. (Entretanto, a frase deveria instruir as pessoas de que é proibido jogar lixo naquele local)









10. James Bong

Licenciado para rir e comer um monte de batatas fritas, em seguida, cair no sono. (Pelo desenho já percebeu que o bong virou mais para cachimbo do que uma celebridade de Hollywood)

 



9. Não me trate como uma batata

Às vezes o amor pode deixar você se sentindo um pouco como um pure de batatas. Todos nós nos sentimos assim no Japão.



8. Têm gosto de avó

A expressão do garoto faz isso duas vezes mais assustador. Começamos a nos perguntarmos se isso é mesmo uma falha de tradução.

 


7. A doença da bexiga voltou


Provando que não é apenas traduzir para o Inglês, que é difícil, este sinal perto de Cardiff deixou ciclistas preocupado com a saúde deles. ( O sinal temporário deveria ser traduzido como “ciclistas desmontar”, dymchwelyd bledren y LLID em galês. Com a ordem alterada, não faz o menor sentido)

 

6. O point do sexo

Estamos supondo que não significa a mesma coisa na Alemanha como acontece em parques de estacionamento em Essex, Londres.




5. A grama minúscula está sonhando

Não temos certeza de que nos importamos com o que supõe a tradução. Esta pode ser uma versão mais poética.







 

4. Stir-fried Wikipedia

Jim Benson, o viajante que encontrou esta pérola em um restaurante de Pequim, trouxe uma explicação possível. Imagine uma conversa entre os funcionários:
- Ei, estou fazendo o novo menu, qual é o nome em Inglês para aqueles cogumelos crocantes e achatados?
- Hum, não existe.
- Bem, o que eu deveria colocar aqui embaixo?
- Eu não sei, procura na Wikipédia.
- O quê?
- Wikipedia!

 

3. Por favor, seja cuidadoso com a coisa impossível

Ninguém tem certeza o que isto signfica, mas talvez pode ser letra de música do Led Zeppelin.



2. “Bumbum de cigarros de animais arrogantes”

Não temos certeza se as nádegas do cigarro pertencem ao animal arrogante, ou se eles estão apenas na área. Mas tente jogar lixo no lixeira.






1. Traduza o erro do servidor

Fracasso.








Tradução e adaptação feita por Evelyn Thais de Almeida

quarta-feira, 14 de maio de 2014

O Retorno do Intérprete Desacreditado

É cômico se não fosse trágico. Thamsanqa Jantjie sujou a reputação dos intérpretes de libras em dezembro do ano passado ao fingir ser intérprete no funeral de Nelson Mandela. Ao interpretar neste evento tão solene de modo tão errado, o assunto virou piada, e de mau gosto.  Vejam a reportagem traduzida do site daily mail sobre a campanha:


O homem que ganhou má fama ao redor do mundo por interpretar libras de modo errado e desagradável no funeral de  Nelson Mandela está de volta.

As interpretações absurdas de Thamsanqa Jantjie nos discursos do presidente dos EUA, Barack Obama, e dos netos de Nelson Mandela - em que interpretou uma frase como “Dê-me a tesoura”- foram manchetes pelo mundo em dezembro de 2013 pelas piores razões.


Lucrando com a notoriedade de intérprete fraudulento, uma empresa israelense já o contratou para ser o rosto do seu produto em uma nova campanha publicitária.

Na propaganda para a  Livelens, um aplicativo de transmissão de imagens on-line a qual levantou recentemente $2 milhões no EUA, o Sr. Jantjie está zombando de si mesmo."Oi, eu sou Thamsanqa Jantjie do funeral de Nelson Mandela", diz ele no início do comercial. "Acredite em mim, sou um intérprete de libras de verdade" - diz ele, com uma narração feminina interpretando a língua de sinais que ele faz “Falo em libras – só que não.”


Sr. Jantjie tem se tratado em uma clínica psiquiátrica desde seu aparecimento no funeral Mandela, e a campanha publicitária, sem dúvida, levanta questões sobre a moralidade da Livelens explorando uma pessoa com doença mental. Entretanto, o CEO da Livelens Max Bluvband tentou justificar a decisão de sua empresa dizendo que dar dinheiro para uma pessoa com a doença mental era uma coisa boa.

Segundo declarações do Sr. Bluvband para NBCNews: “Nós decidimos que o cara que teve a pior apresentação já vista ao vivo seria a melhor pessoa. No final do dia, o rapaz esquizofrênico foi pago e fez uma bela campanha ... Vemos isso como uma espécie de uma história triste com um final feliz.”

Em fevereiro, a empresa enviou um jornalista de língua Zulu para visitar a clínica psiquiátrica onde o Sr. Jantjie estava hospedado desde dezembro.Liberado por um dia para ir à um suposto “evento de família”, o anúncio foi gravado enquanto Sr. Jantjie estava fora.


  
"Estou realmente, realmente arrependido pelo que aconteceu", diz ele em uma coletiva de imprensa. A desculpa é  irônica, como é o resto do vídeo, e em seguida há um pop-out dele supostamente com a assinatura: Eu, uma celebridade. “Agora faço campanha por dinheiro”, admite.

O Sr. Jantjie não comenta a razão por trás de sua falsa interpretação em libras no funeral de Mandela durante a publicidade.

Após o incidente, o Sr. Jantjie admitiu ter tido um episódio esquizofrênico no evento. Ele alegou ter ouvido vozes e visto anjos.

Um site Sul Africano também alegou que Sr. Jantje tem acusações por estupro, roubo, arrombamento, dano malicioso a propriedade na década de 1990, além de acusações por tentativa de homicídio e seqüestro, em 2003. Muitas das acusações teriam sido descartado porque o Sr. Jantje é mentalmente incapaz de ser julgado.





domingo, 4 de maio de 2014

O que Falam das Brasileiras por a Ai


Nunca esquecerei um dia em Salamanca, Espanha quando encontrei uma colega brasileira chorosa dizendo que, ao dizer que era brasileira um espanhol chegou para ela e disse – Vamos fazer sexo! Da forma mais direta possível. Ela recusando o convite deixou-o confuso, pois ele disse  - Mas as brasileiras não são assim?

Utilizar a mulher brasileira como objeto para criar músicas, livros ou artigos de revistas não é novidade para ninguém; mas ter uma matéria escrita por uma brasileira no jornal New York Times realmente chamou minha atenção. O nome dela é Vanessa Barbara, romancista e colunista do jornal Folha de São Paulo. A primeira vista fiquei muito orgulhosa por uma escritora brasileira chamar a atenção para utilização do corpo feminino como propaganda de um país que ao mesmo tempo é miogênico, ou seja, tem uma aversão às mulheres atribuindo qualidades superiores ao sexo masculino simplesmente por serem...homens. Entretanto, alguns pontos do texto me entristeceram de alguma forma, pois a própria escritora em alguns pontos ironizou o problema. Logo pensei nas pessoas (inclusive eu) que precisam ler este artigo, por curiosidade, ou mesmo para conhecimento, afim de tomar uma posição sobre o assunto. Meu objetivo aqui não é fazer guerra dos sexos, mas principalmente  trazer para você a tradução deste texto e saber o que o mundo anda lendo sobre o Brasil, especificamente sobre este assunto. Acredite, a melhor forma de ser respeitada é respeitando a si mesma(o). Boa leitura!



A Vida Como Uma Mulher Brasileira


SÃO PAULO, Brasil - Pode um país misógino ter uma presidenta? Brasil prova que sim. Mais de três anos administrado pela presidenta Dilma Rousseff, não houve muita mudança para as mulheres brasileiras. O feminismo ainda é muitas vezes visto como um extremismo ridículo. A misoginia é racionalizada ou descartada com ironia, enquanto o estupro é banalizado ou até mesmo usado como justificativa.


Alguns anos atrás, um famoso comediante brasileiro brincou sobre a feiúra de vítimas de estupro as quais viu em protesto nas ruas. " Por que estão reclamando?", questionou. "Os homens que fizeram isso não merecem ser presos, mas abraçados".
Alguns alegaram que era apenas uma piada, mas isto claramente revela o que os brasileiros pensam sobre o assunto: deixa disso, os homens e as mulheres são iguais agora; não há necessidade de fazer tanto alvoroço.


Isto não é tudo. De acordo com uma pesquisa recente do IPEA - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, 26% dos brasileiros concordam que as mulheres as quais usam roupas atraentes merecem ser agredidas. Na mesma pesquisa, 59%  acreditam que haveriam menos estupros se as mulheres soubessem como se comportarem.


A cada ano, o Brasil vende um Carnaval  hiper- sexualizado para os turistas, tratando o corpo das mulheres como uma atração nacional. O site de notícias G1 apresentou recentemente ao seus leitores um quiz: "De quem são estes seios?" Havia closes desta parte do corpo de mulheres nus ou seminus no desfile de Carnaval e os leitores tinham que adivinhar de qual celebridade pertenciam. (Eu tenho quatro respostas certas entre 10. Mas então olhei para o meus e fiquei um pouco deprimida).


A nossa nação é obcecada pela beleza e magreza à Gisele Bündchen. Brasil só perde para os Estados Unidos em número de cirurgias plásticas, com 1,5 milhões de operações por ano. Se você está um pouco acima do peso, os brasileiros comentarão; você se sentirá mal com o seu corpo e ficará pelos cantos das piscinas como um hipopótamo tímido.

Ultimamente há uma explosão de blogueiros cujas as funções são - em tese - dar dicas de saúde. Entretanto, recebem acusações freqüentes de serem pagos para fazer propaganda de produtos para perder peso, como suplementos de queima de gordura e dieta de shakes. Os sites nos dizem que uma barriga "negativa" é a chave para a felicidade.

Mas essa pressão é em grande parte direcionada às mulheres, sendo que homens enfrentam muito menos críticas sobre sua aparência. Seus salários são maiores que os nossos. Eu ganho de 35 a 50 por cento menos do que os meus colegas do sexo masculino, embora não possamos dizer com certeza se é uma questão de gênero, ou talvez  apenas falta de talento.


Considerando quanto é pago para chamar a atenção do público para as barrigas e seios por aqui e quão grande parte da indústria do turismo é construída sob a beleza brasileira, o país é estranhamente melindroso quando outros países concretizam o conceito de mulher brasileira do mesmo modo. Por exemplo, parecia um pouco hipócrita quando, recentemente, o Ministério do Turismo brasileiro disse à Adidas para parar de vender duas camisetas da Copa do Mundo por causa de suas conotações sexuais. Um delas diziam Eu amo o Brasil, onde o coração tinha o formato de nádegas com um biquíni fio-dental.  A outra camisa estava estampada uma menina de biquíni com o slogan "Pegação".

 
"Lookin' to Score" tem duplo sentido, tanto pode fazer pontos em um jogo como ter a conotação de pegação.


Em 2002, o Ministério do Turismo  também se queixou quando Os Simpsons fizeram uma sátira com o nosso país, retratando um programa infantil brasileiro com apresentadoras seminuas fazendo movimentos sensuais. (Eles também retrataram os táxis que mudaram seus letreiros para "refém" o qual foi considerado uma ofensa, apesar de, pessoalmente, ter achado engraçado). Há algumas semanas, Os Simpsons foram ao ar mais com um episódio sobre o Brasil e a Copa do Mundo; foi mostrado um monte de bandidos, autoridades corruptas e, novamente, as apresentadoras seminuas de programas infantis. Até agora não houve uma declaração oficial, mas eu não ficaria surpreso se houvesse .

Mas tudo isso não passa de notas de rodapé em comparação ao assuntos muito mais graves. Nos principais destinos turísticos como Rio de Janeiro e Salvador, a  exploração sexual, o tráfico de mulheres e a prostituição infantil são problemas urgentes. De acordo com o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime, existem 250.000 crianças forçadas à prostituição no Brasil.


Mulheres sofrem diariamente contra o assédio sexual, violência doméstica e abuso emocional. Aqui em São Paulo, de acordo com as Nações Unidas, uma mulher é agredida a cada 15 segundos. Temos visto recentemente um surto de casos de assédio sexual no metrô; um grupo feminista ainda distribuiu agulhas para passageiros do sexo feminino, aconselhando-as  a se defenderem.

Além disso, um relatório do governo de 2011 concluiu que 43% de todas as mulheres sofrem algum tipo de violência em suas próprias casas. Muitas vítimas, mesmo aquelas com ensino superior, estão com muito medo de denunciar o abuso.

Mais de sete anos atrás, o governo promulgou uma lei federal aumentando a punição para a violência doméstica contra as mulheres. Desde então, a " Lei Maria da Penha" tem tido resultados positivos. O nome é de uma mulher cujo marido atirou nela, deixando-a paraplégica, em seguida, tentou eletrocutá-la quando voltava do hospital; ele permaneceu como um homem livre por duas décadas. Mas ainda há muito a ser feito.


Aqui, como em outras partes do mundo, não há nada como o nó no estômago de mulheres ao andarem sozinhas à noite, ao passar por um grupo de homens que de repente param de falar. Não há nada como ter medo de seu próprio marido. Estes são os momentos em que Dilma não nos ajuda.